Sobre Clientes & Consultores

1. Entendendo as diferenças

Existem na atualidade duas linhas de trabalho que visam harmonizar as energias das construções:

Métodos Clássicos:

Baseiam-se num estudo dos fluxos energéticos sutis (Qi / Chi). Mesmo estruturado na Metafísica Chinesa, utilizam análises precisas que envolvem cálculos matemáticos, orientação geotopográfica e observações cognitivas. Podem ser subdivididas em:

  • Tradição San-He (3 Harmonias): especializada nos estudos complexos das formas das montanhas e rios (prédios, ruas e avenidas nos tempos atuais). Famosa também pela interpretação amplamente poética dos dados obtidos e do foco psicoemocional;
  • Tradição San-Yuan (3 Ciclos): especializada em estudos precisos que envolvem a evolução qualitativa do Qi de acordo com o fator Tempo. Famosa por sua visão prática e mais sistemática da Sabedoria Chinesa;

Métodos Modernos:

Variadas técnicas esotéricas sincretizadas, comumente encontradas na cultura chinesa, budista tibetana, hindu, balinesa, xamânico-americana, etc. Utiliza-se, majoritariamente, de simbolismos com reforço intuitivo, o que dificulta uma sistematização coerente. De qualquer maneira, pode ser encontrada nas modalidades:

  • Budismo Tântrico Tibetano do Chapéu Preto;
  • Pirâmide;
  • Space Clearing / Limpeza de Espaços;
  • Oito Aspirações;

Métodos Complementares:

Não fazem parte do Feng Shui especificamente, mas podem ser utilizados para acrescentar dados valiosos a uma consultoria. São eles:

  • Geobiologia / Cosmogeobiologia: análise dos malefícios físicos causados por problemas geológicos e (ou) eletromagnéticos nas proximidades da edificação;
  • Radiestesia: quantificação, qualificação e equilíbrio das mais variadas faixas e tipos de energias utilizando equipamentos específicos, como pêndulos, etc. Quando voltada à prática do diagnóstico e da terapia com instrumentos eletrônicos ou a emissão à distância utilizando-se placas com formas e símbolos inusitados, costuma ser chamada de Radiônica;
  • Geometria Sagrada: estudo das forças energéticas encontradas em medidas específicas e proporções de antigas construções, geralmente repetidas em padrões matemáticos da própria natureza e anatomia do ser humano.

2. Visão Crítica sobre Consultores e Consultorias

Enfoque Básico – O Papel do Cliente

Qualquer que seja a linha de atuação do consultor, cabe ao contratante do serviço ter o entendimento de que:

  • Não é possível realizar a coleta de dados de uma consultoria de maneira totalmente virtual, pois é fundamental a averiguação in loco por parte do profissional;
  • É adequado questionar os consultores que, em menos de 15 minutos no interior da construção, já indicam onde colocar uma fonte, pintar a parede de vermelho, colocar o Ba Gua, o sino de vento, etc. Numa consultoria de qualidade, uma coleta de dados sobre a edificação deveria ser realizada (ano da obra, possíveis reformas, direções, etc.) além, é claro, de uma entrevista com os moradores (função da consultoria, histórico da família no local, data de nascimento dos mesmos, etc. Algumas vezes, será necessário voltar mais de uma vez para sanar todas as dúvidas antes da entrega final;
  • Recomenda-se cautela com profissionais que exaltem demasiadamente o fator sensitivo numa análise, geralmente ligados a supostas tragédias espirituais ou emanações referentes a “campos vibracionais” de alto quilate energético. Mesmo que no Feng Shui a intuição ou a sensibilidade espiritual seja uma ferramenta útil, esta não deve se tornar uma muleta sensacionalista para pseudomédiuns de plantão;
  • Importante: o Feng Shui não faz milagres ou tira as responsabilidades de crescimento pessoal; ele pode, no máximo, e se aliando com os estudos cosmológicos dos clientes (mapa pessoal – 4 Pilares), ser um atenuador de dificuldades ou amplificador de qualidades já existentes na interação morador-casa;

O Consultor na Contemporaneidade

Averiguou-se, durante anos, uma vazia batalha entre grupos de consultores sobre a semântica do Feng Shui. De um lado, a chamada harmonização simbólico-intuitiva, que usa as mais variadas consagrações e ícones psicoinspiradores. Como contraponto a esse sistema, observou-se um empobrecimento generalizado do significado autêntico e ancestral do Feng Shui, com o excesso de sincretismo gerando dúvidas sobre o que é verdadeiramente chinês e o que faz parte de outras tradições, como a tibetana, tântrica, xamânica ou balinesa. Sintetizou-se esse “pacote” de generalidades num pseudo-esoterismo decorativo (de estética discutível), onde os chamados “cantos” da fama, prosperidade e relacionamentos tentam fugir desesperadamente dos temíveis banheiros, que tentam ser exaustivamente curados com bolas de cristal na porta. Tais dinâmicas são, inexplicavelmente, mais valorizadas do que compreender o significado por trás de cada trigrama contido no Ba Gua e das suas possíveis relações com a sua própria escola, a seita Tântrico-Tibetana do Chapéu Preto. No mínimo, uma visão por vezes muito rasa, possibilitando, assim, que muitos se tornem “profissionais qualificados” após um ou dois cursos de final de semana.

Por outro lado, estudiosos das tradições clássicas buscam resgatar o significado verdadeiro do Feng Shui como uma técnica matemática precisa, onde a Luo Pan, as complexas análises sobre o Qi e os trigramas / hexagramas são pré-requisitos para uma consultoria. Nesse caso, a sensibilidade empírica é substituída por cálculos direcionais, observações sobre implantação e fluxo energético; as intervenções, como não são baseadas necessariamente em símbolos, se mesclam ao ambiente, evitando-se, por conseguinte, o aspecto “restaurante sino-tibetano” após uma aplicação. Se o êxito técnico e resgate semântico são muito válidos, a criação de grupos quase radicalistas que consideram o Feng Shui como uma ciência desprovida de qualquer sentido sinestésico ou consciencial, lembram alguns ortodoxos acadêmicos que em geral se fecham para o novo, têm receio do inusitado e são muito preocupados em defender seus valores pré estabelecidos. Não seria, então, uma postura excessivamente contraditória e prepotente tentar sistematizar em demasia um tópico que, por si só, já é metafísico (a sabedoria chinesa)? E como isolar o significado do Qi a simples efeito de resultados pragmáticos de validação matemática, sem levar em conta os fatores sensíveis pessoais (inclusive fator índole) e a qualidade da vida como um todo, incluindo aí os potenciais conscienciais

Portanto, na opinião do Instituto Eternal Qi, a questão não se encontra em optar por um ou outro enfoque, mas isolá-los em universos opostos e intransponíveis. O recomendado seria aprender ambas as atuações, permitindo, assim, que a experiência prática nos demonstre os melhores métodos para cada caso.