O que é realmente Feng Shui?

Feng Shui, ou Kan Yu, é uma técnica de harmonização energética que visa não somente a organização espacial, mas principalmente a elevação da Consciência do Ser, através do equilíbrio entre as forças da Natureza, do Cosmos, e do Homem. Originária na China, significa literalmente Vento-Água; é comumente pronunciado Fong Suei, e diferentemente do que supõe os neófitos no assunto, iniciou-se há mais de 4000 anos, com o estudo, por parte do reino vigente, das melhores posições para os túmulos sagrados dos imperadores mortos (acreditava-se que para haver uma boa continuidade da linhagem hereditária, seria necessário enterrar os ancestrais em determinadas disposições auspiciosas e locais benéficos). Essa antiqüíssima técnica, denominada de Yin Zhai, desenvolveu-se paralelamente a chamada análise para os vivos, ou Yang Zhai – em outras palavras, um Feng Shui para os descendentes e outra para as residências.

É importante esclarecermos que Feng Shui não se limita apenas em colocar “penduricalhos”, como sinos de vento e flautas em determinados pontos da casa. Para se compreender o verdadeiro Universo do Kan Yu, é necessário conhecer alguns conceitos básicos de como flui a energia sutil (Qi), compreensão da essência do Yin e Yang, dos trigramas do Yi Jing, dos Animais Celestiais, do Wu Xing (5 Ciclos) e as suas manifestações na natureza, além dos diversos tipos de Astrologia Chinesa, e das tradições e ritos orientais. Sem dúvida, um grande, mas maravilhoso, caminho a ser percorrido.

Uma outra dúvida comum no iniciante é a grande quantidade de linhas de atuação que compõem o Feng Shui. Palavras como Luo Pan, técnica do Chapéu Preto, entre outras, confundem e muito os neurônios dos estudantes. O que se torna fundamental, portanto, é compreendermos que não existe somente um tipo de Sistema ou Escola de Feng Shui, mas sim inúmeras (além disso, as técnicas ancestrais não vieram somente de um local – na China, esse estudo perpetuou-se como uma tradição familiar ou discipular, sendo que cada uma possui um enfoque diferente).

Por Marcos Murakami